Há um ano atrás, o processo licitatório da instalação das portas de plataforma (PSD) nas Linha 1 Azul, Linha 2 Verde e Linha 3 Vermelha era iniciado com as audiências públicas. Hoje, o Metrô divulgou no Diário Oficial um importante passo, a assinatura do contrato, para termos as tão aguardadas PSD.
Após vários recursos e contra-recursos finalmente o processo chegou ao fim com a contratação do Consórcio KOBRA (Husk Eletrometalurgica, MG Engenharia e Construção, Samjung Tech e Woori Technology).
Na última sexta-feira (31), publicamos que a justiça suspendeu o processo licitatório mas o Metrô no mesmo dia conseguiu barrar a liminar.
Com isso teremos a instalação de 88 fachadas conforme figura abaixo, a um custo de R$ 342 milhões e prazo de 60 meses.
Mesmo com a assinatura desse contrato de hoje, ainda faltará contratar a instalação de portas de plataforma em algumas estações da Linha 2 Verde entre Sumaré e Alto do Ipiranga (exceto Consolação e Paraíso, já contempladas no contrato assinado divulgado hoje)
CBTC
Atualmente algumas estações da Linha 3 Vermelha vem sendo fechadas aos finais de semana para a instalação do sistema de sinalização CBTC.
Os prazos para conclusão da instalação do sistema, de acordo com o Relatório da Integrado de 2018 são:
Sem o CBTC as PSD operam no modo de contingência (coppilot), usando sensores na porta que detectam a abertura/fechamento delas para então acionar a abertura/fechamento das portas de plataforma. Veja o funcionamento na Estação Vila Matilde em modo de contingência:
Cronograma do novo contrato
O prazo do contrato assinado é de 60 meses conforme falamos acima, portanto com a assinatura em 29 de maio de 2019, a previsão de conclusão do contrato é junho de 2024 sendo que o prazo de execução dos serviços é de 56 meses, ou seja, fevereiro de 2024.
Obviamente teremos entregas parciais, podendo uma linha ter todas portas instaladas antes que outra.
De acordo com as datas marco do edital, as primeiras 4 fachadas terão que estar instaladas e comissionadas até novembro de 2020, caso a ordem de serviço do contrato seja assinada em junho de 2019.
Ou seja, a cada 60 dias, teríamos em tese, 4 novas fachadas (plataforma) com PSD.
As 6 últimas fachadas, terão que estar instaladas e comissionadas até dezembro de 2023
Lembrando que o comissionamento depende também do contrato do CBTC.
E aqui uma análise do Ferroviando da quantidade de fachadas por ano com base na tabela acima e com a premissa que a OS seja emitida em junho de 2019:
Já o Governador João Doria, quer que estejam todas instaladas até o final da gestão, em 2022. Acredito que isso só seja possível com o fechamento das estações aos finais de semana
Na audiência publica foi dito que seriam 44 meses do cronograma de execução e 12 meses para desenvolvimento de projetos executivos e aprovações pelo Metrô.
A estimativa do Metrô é que a instalação de apenas uma fachada demoraria 2 meses. Esses dados foram calculados com base na disponibilidade de acesso a plataforma após o horário comercial, que será da 01:30 às 3:45 da madrugada (25 horas semanais para execução do trabalho). Cada fachada precisaria de 48 acessos a plataforma, portanto no exemplo dado pelo Metrô, uma estação com 2 fachadas teria a instalação completa em aproximadamente 4 meses.
Um detalhe importante informado na audiência pública é que ao início da fabricação das portas de plataforma, também deve-ser iniciar as adequações civis e de elétrica nas estações. Sem isso não será possível cumprir o prazo.
Portas de plataforma
Confira as características das portas de plataforma que devem ser instaladas nesse novo contrato:
- Sistema padrão em todas estações sob o escopo do fornecimento
- Portas com 2,10 m de altura (mínimo)
- Integração com sistema de sinalização
- Sistema auxiliar back-up de controle automático
- Sensor de presença de pessoas no vão entre os trens e a PSD
- Padrão SIL 3 de segurança com comprovação de análise
- Montagem modular
- Informações de estados e alarmes no Centro de Controle
- Ser possível instalação de equipamento multimídia (fora do escopo) nas PSD para divulgação de informações operacionais ou publicitárias
- Fornecimento de portas completas para validações do projeto, testes e treinamentos nos pátios das linhas 1 e 3, com possibilidade de simulações de cenários operacionais e de manutenção
- Todos os painéis devem ser móveis para permitir acesso a quaisquer portas ou sistemas de trens sempre que necessário (não deve haver painéis fixos)
- No caso de emergência deve ser possível a saída de todos os usuários dos trens, independentemente da posição de sua parada na plataforma
- Transparência mínima de 70% nas áreas das fachadas
- Mecanismos e dispositivos elétricos e eletrônicos deverão estar na parte superior dos módulos das portas
Contratos anteriores
O Metrô tem um contrato desde 2008 com a Alstom Brasil Energia e Transporte para instalação de portas de plataforma nas Estações de ponta:
- Linha 1 Azul (Jabaquara e Tucuruvi): previsão para 2020
- Linha 3 Vermelha (Itaquera e Barra Funda): previsão para 2021
- Linha 2 Verde (Vila Madalena): 4ª trimestre de 2019 (out-dez)
Em outubro de 2018 noticiamos o início das obras de reforço da borda de plataforma da Estação Vila Madalena:
Na Linha 2 Verde já foram instaladas PSD em Tamanduateí, Vila Prudente e Sacomã pela Trends/Poscon. Mas o contrato foi rescindido unilateralmente em 2016.
Primeira tentativa
Em 2014 também foi feita a rescisão do contrato, assinado em 2009, que previa o fornecimento e implantação de 48 portas de plataforma para 18 estações distribuídas entre as linhas 1, 2 e 3.
Posteriormente a quantidade de portas abaixou para 24 por não ter tido propostas no processo licitatório, mas praticamente não houve mudança no valor do contrato. Na época o Tribunal de Contas do Estado (TCE) abriu uma investigação.
Em nota na época o Metrô disse “Foi identificada a necessidade de se publicar uma reti-ratificação do edital, adequando a contratação às condições encontradas no mercado e priorizando somente a linha 3-vermelha”
O processo de implantação começou na Estação Vila Matilde Linha 3 em 2011 mas as portas de plataforma só começaram a funcionar em 2014.
Sobre a rescisão em 2014 o Metrô disse em nota ao G1:
“Ficou comprovada, pela experiência em Vila Matilde, a falta de capacidade de uma das empresas contratadas em executá-lo”
A Trends em 2013 pediu recuperação judicial e a rescisão do contrato da Linha 3 foi em 2014:
Conclusão
Espero que esse novo contrato não tenha problemas e que finalmente tenhamos as tão aguardadas portas de plataforma. Elas reduzem a quedas de pessoas, objetos e invasão de usuários na via. Além do acúmulo de lixo, que em um AMV, pode trazer problema de discordância de agulha.
Vamos acompanhar a instalação assim como fazemos com a Linha 5 Lilás. Aproveito e convido outros blogueiros para também acompanhar periodicamente a instalação e divulgar fotos. Quando mais gente melhor.
Aproveitem e siga-nos em nossas redes sociais, local onde postamos fotos dos nossos acompanhamentos.
O Metrô responde alguma coisa desse contrato com a Alstom? Cronogramas, previsões ou alguma coisa? Acho que está bem paradinho…
Fernando, você tem o número do processo onde o TJSP barrou a liminar?
Obrigado.
Eu também gostaria de saber que processo foi esse de reverter a liminar
Veja tudo aqui referente a essa licitação: https://www.imprensaoficial.com.br/DO/BuscaDO2001Resultado_11_3.aspx?filtropalavraschave=10002680&f=xhitlist&xhitlist_vpc=first&xhitlist_x=Advanced&xhitlist_q=(10002680)&xhitlist_mh=9999&filtrotipopalavraschavesalvar=UP&filtrotodoscadernos=True&xhitlist_hc=%5bXML%5d%5bKwic%2c3%5d&xhitlist_vps=15&xhitlist_xsl=xhitlist.xsl&xhitlist_s=&xhitlist_sel=title%3bField%3adc%3atamanho%3bField%3adc%3adatapubl%3bField%3adc%3acaderno%3bitem-bookmark%3bhit-context&CampoOrdenacao=datapublicacao&DirecaoOrdenacao=descending&navigators=
aguarde e verá , esse imbrólio de empresas sem experiencia, também coreana, a outra de vila matilde , também era coreana, deu trabalho.