Após 3 adiamentos, foi leiloada dia 11 de março de 2019, na sede da B3, a operação e manutenção do monotrilho da Linha 15 Prata por um período de 20 anos. Fizemos a cobertura presencial conforme vocês devem ter acompanhado em nosso Facebook. Agora informamos os próximos passos detalhadamente.
O consórcio Via Mobilidade Linha 15 foi o único licitante e portanto ganhou o leilão. O lance de R$ 160 milhões, o que representa ágio de 0,59% sobre o valor de outorga mínimo atualizado de R$ 159 milhões.
O consórcio é composto pelo Grupo CCR, com 80% de participação, e pelo Grupo RuasInvest com 20%.
Pelos próximos 20 anos a concessionária prevê desembolsar R$ 4 bilhões ao longo dos 20 anos de concessão para investimentos e manutenção da operação. O valor do contrato é estimado em R$ 4,7 bilhões, o que de acordo com o edital “corresponde à soma das receitas tarifárias de remuneração e de receitas não operacionais, como exploração comercial de espaços livres nas estações“
Ainda de acordo com o edital, a concessionária receberá R$ 1,70 por passageiro transportado na Linha 15.
O então presidente da CCR Mobilidade, Ítalo Roppa, em coletiva no dia do leilão comentou se existe preocupação com a atual baixa demanda da Linha 15:
“Não é uma preocupação. Nos nossos estudos, para esse tipo de linha, você não consegue medir a capacidade/potencial em função de operar menos de metade da linha. Essa é uma linha que tem um perfil pendular. Então você tem competição com os ônibus mas é uma competição ruim porque você tem que tirar o passageiros do ônibus para andar num trecho muito curto. Então você não tem atratividade para levar os passageiros. A medida que você tem uma linha completa, consegue de fato trazer (a demanda). Ao término da fase 1 (São Mateus) nossa expectativa é de atingi-la”
O Metrô detalha os números de demanda:
“A demanda estimada para a linha completa é de 405.460 mil passageiros por dia, fazendo interligação com a rede metroferroviária pela linha 2-Verde do Metrô, na estação Vila Prudente, e com três terminais integrados de ônibus, Vila Prudente, Sapopemba (da SPTrans) e o terminal São Mateus do Corredor Metropolitano ABD (São Mateus/Jabaquara), gerenciado pela EMTU/SP”
Demanda
Comparando a demanda dos meses de fevereiro, março e abril de 2019, vemos que a MDU (média dos dias úteis) passou de 27.000 para 64.000 – mais que dobrou, 2.37 vezes maior.
Próximos passos
De acordo com o edital, a licitante vencedora será “convocada, mediante correspondência, para assinatura do contrato, no prazo de até 30 (trinta) dias, prorrogável a critério do poder concedente.”
Essa data começa contar a partir de ontem, 17 de maio de 2019, com a publicação da homologação e Adjudicação do processo licitatório, calculamos que o contrato deve ser assinado até 16 de junho de 2019.
Ainda de acordo com o edital, a outorga fixa, de R$ 160 mi deve ser paga à vista previamente à assinatura do contrato. E também antes da assinatura, deve comprovar que constituiu a SPE (Sociedade de Propósito Específico) e efetivou a garantia de execução do contrato e mais uma lista de outras coisas a serem feitas e/ou entregues.
Após a assinatura do contrato, em até 10 dias será constituído o comitê de transição, constituído pelo Metrô, Secretaria dos Transportes Metropolitanos e a concessionária Via Mobilidade Linha 15, para “tratamento de interfaces, estabelecimento de regras de convivência e acompanhamento das fases”
Operação da Linha 15
São 3 grandes fases, sendo a mais conhecida, a operação supervisionada, que será iniciada após 120 dias (4 meses) da assinatura do contrato.
Após 180 dias (6 meses) da assinatura do contrato, a concessionária assumirá a operação da Linha 15.
Ou seja, com base na data de assinatura do contrato, calculamos a previsão de até dia 14 de outubro de 2019 para iniciar a operação supervisionada.
E nossa outra previsão é de que até 13 de dezembro de 2019 a ViaMobilidade 15 assumirá a operação.
Importante: as datas acimas foram calculadas pelo Ferroviando e não pelo Metrô. As datas de fato podem varia dependendo da data exata da assinatura do contrato.
Coincidência que as obras até São Mateus serão finalizadas em dezembro? Não! Explicamos abaixo:
Diferentemente do contrato de concessão da Linha 5 Lilás e da Linha 17 Ouro, o contrato da Linha 15 Prata não prevê subfaseamento:
Portanto a ViaMobilidade Linha 15 não assumirá a Estação Jardim Planalto quando ela for inaugurada em outubro de 2019, mas sim em dezembro de 2019 com o trecho até Estação São Mateus completo (não estamos falando de operação supervisionada mas sim operação sem o Metrô)
Veja detalhe do contrato que mostra que o trecho inteiro (trecho operacional) deve ser recebido para então ser iniciada a operação.
Confira detalhadamente os próximos passos:
Fase de “Transferência de conhecimento”
A fase de treinamento técnico operacional começa após a assinatura do contrato e tem duração de 30 dias.
Responsabilidades do Metrô:
- Capacitação dos multiplicadores da concessionária
- Entrega de inventário dos bens integrantes da concessão e dos recursos de materiais de operação e manutenção
- Entrega dos projetos, manuais e documentação técnica relacionados ao trecho em operação.
- Operação e manutenção do trecho em operação
Carga horária dos treinamentos a serem ministrados pelo Metrô:
Responsabilidades da concessionária:
- Definição de modelo estratégico operacional e de manutenção.
- Desenvolvimento de sistema informatizado de gestão e de manutenção.
Fase de “Treinamento em Campo”
A fase vai do 31º dia após a assinatura do contrato até o 120º dia e basicamente é a fase em que os multiplicadores da concessionária qualificam os seus empregados, capacitando-os para a atividade de operação nos sistemas.
Responsabilidades do Metrô:
- Operação e manutenção do trecho em operação
Responsabilidades da Concessionária:
- Acompanhamento das atividades de operação e de manutenção e treinamento, pari passu (simultaneamente), de pessoal.
- Após 90 dias da assinatura do contrato deverão ser entregues o “Plano Operacional” e o “Plano de manutenção”
- Mobilização gradativa conformes planos supracitados
- Qualificação e capacitação, pelos multiplicadores previamente treinados, visando a operação e manutenção de equipamentos e sistemas
- Avaliação do inventário
- Após o término de treinamento em campo, deverá entregar o “Plano de Segurança Operacional” e o “Plano de Seguros”
Fase de “Operação Supervisionada”
Do 121º dia até o 180º dia, ou seja, durante 90 dias, será feita a prática operacional supervisionada, ou seja, Metrô e concessionária farão a operação em conjunto da Linha 15.
Responsabilidades da concessionária:
- Implantação de modelo estratégico operacional e de manutenção.
- Implantação do plano operacional
- Implantação de sistema informatizado de gestão de manutenção.
Responsabilidades do Metrô:
- Supervisão do Metrô nas atividades de operação e de manutenção, com ênfase na segurança operacional, até o final do período.
- Desmobilização gradativa, conforme “Plano Operacional” e “Plano de Manutenção”
Detalhes da desmobilização gradativa:
Estações
Neste período de operação supervisionada, a concessionária deverá iniciar a ocupação dos postos pelos seus empregados, para assimilação e ambientação inicial do processo. Após o 30º dia o Metrô retirará seus empregados das estações, deixando apenas um Supervisor Operacional, por escala em cada Estação para auxiliar e subsidiar os empregados da Concessionária até completar o período de 60 (sessenta) dias. Neste período deverão ser entregues as chaves operacionais de equipamentos, salas técnicas, cofres, etc. ao Representante da Concessionária nas Estações.
CC15
A Gerência de Operações do Metrô manterá o quadro operativo do CC15 por 15 dias para orientar e subsidiar os empregados da Concessionária na operação do CC15. Terminado o período de 30 dias, permanecerá no CC15, apenas um responsável do CC15 do Metrô por escala, até a conclusão dos 60 dias da Prática Operacional Supervisionada, para orientar os Supervisores da Concessionária quanto à tomada de decisões e aplicações de estratégias operacionais.
Tráfego
Para a transferência da operação dos trens da Linha 15, durante a primeira semana de operação, o operador da concessionária e um operador de trens do Metrô deverão estar a bordo do trem, para acompanhar a sua operação. Ao final deste período, permanecerá apenas um Supervisor de Tráfego do Metrô, por escala, que orientará e subsidiará o Supervisor de Tráfego da Concessionária até que se complete os 60 dias da operação supervisionada.
No primeiro dia de Prática Operacional Supervisionada dos trens, o Metrô deverá entregar ao representante da concessionária as chaves de todos os equipamentos, salas operacionais, etc. relativos ao processo.
Eu tinha curiosidade de saber os detalhes da transição. Ótima matéria!
Obrigado!
Esqueceu de informar, que a conceção custou para a concessionária, apenas 3% do valor da obra.
*UM ESCANDALO*
A concessionária vai gastar alguns bilhões de reais para manter essa linha durante 20 anos. Assim, aonde está o escândalo?
Mas usufruirá dos lucros, iniciativa privada não entra na onde não saia ganhando. Concordo com o Dagnaldo, essas concessões são ridículas.
Utilizando os dados apresentados na matéria, em 24 meses , ou 2 anos, a ccr receberá do governo do estado os 4bilhoes que deverá investir. Ou seja, contrato de avô pra neto
Sim, foi uma concessão e não privatização. O Governo ainda é dono da linha.
Sabe dizer se tem dinheiro do BNDES financiando a Via Mobilidade?
Pior é o camarada ter que ensinar o serviço pro sujeito que vai tomar seu emprego. Se a iniciativa privada é tão boa assim, não precisa de treinamento do pessoal do metrô
Ninguém tá roubando algo nessa.
Outra coisa importante, os colaboradores que vão seguir no tráfego, ou seja, na operação dos trens serão Agentes de Atendimento Segurança de Trem, que é o mesmo modelo utilizado pela concessionária na Linha 4 – Amarela. Apenas na Linha 5 – Lilás, operada pela concessionária, de fato, há Agentes de Atendimento Operador de Trem.
Já se passou o dia 17 de junho, já estamos chegando no dia 17 de julho. FernandoG, por favor, alguma informação nova sobre essa assinatura? Foi prorrogado? Aguardamos resposta e parabéns pela matéria!
Ainda estou aguardando resposta da Secretaria dos Transportes Metropolitanos
Alguma resposta dessa assinatura Fernando? Grato.
Olá Fernando, vc teria alguma nova informação a respeito da assinatura desse contrato ?
Essa assinatura de conttato já está sendo prorrogada desde abril!!!
Olá Felipe, você vai trabalhar na via mobilidade?
Boa Noite Shr.FernandoG, Estou Na Espectativa Aguardando Com Os Demais Companheiros O Dia Para Que Essa Assinatura Aconteça Entre As Partes Para Começar A Trabalhar Pela Concessionária ViaMobilidade Que Irá Assumir A Operação Do Ramal Da Linha 15 Prata.
Grato!!!
Sim Charles, estamos nessa expectativa a 6 meses, e nada dessa assinatura, e sem explicações do que está acontecendo.
E essa assinatura já tinha que ter saído tem alguma explicação
O pior é ter um leilão com apenas um competindo, ai sim até o Rubinho pé de chinelo chega na frente e ganha.
Olá Fernando, uma boa noite.
Tem novas informações a respeito da assinatura do contrato?
Já se passaram seis meses e até agora não foi asinado contrato algum o governo já entregou a estação Jardim Planalto e nada ainda
Boa Tarde!
Gostaria de saber se uns dos colegas estão ciente do que aconteceu que já se vão alguns meses que não estamos trabalhando na linha 15 pela CCR porque nós disseram que iríamos iniciar na primeira quinzena de julho, e nada ainda o pior que pedi a conta aonde estava trabalhando porque nos pediram todas as documentações pra iniciar e quando chegou em julho nada de ainda …..