Em 2015 foi assinado um termo de compromisso entre a Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL) e Desenvolvimento Rodoviário S/A (DERSA) para elaboração do projeto de engenharia do Ferroanel Norte. Desde então ele vem sendo postergado sendo que o novo prazo para conclusão é março de 2019.
O Ferroanel Norte será um ramal ferroviário de 53 quilômetros de extensão e sua implantação possibilitará que os trens de carga que hoje compartilham os mesmos trilhos com os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) sejam desviados. Com isso a liberação dos trilhos atuais para uso exclusivo da CPTM permitirá a redução do intervalo entre os trens, a implantação de novos sistemas de sinalização e melhoria das estações ferroviárias – dentre elas a redução do vão entre o trem e a plataforma sem utilizar borrachões.
O traçado do Ferroanel começa na Estação de Perus, em São Paulo em área contígua ao traçado do Rodoanel chegará a Estação Manoel Feio, em Itaquaquecetuba. Com isso permitirá a movimentação de cargas do interior do Estado para o Porto de Santos e a passagem de comboios entre o interior e o Vale do Paraíba.
Vejam detalhe do traçado abaixo. Para esclarecimento OAE são Obras de Arte Especiais tais como pontes, viadutos e túneis.
Prazos
Desde que foi assinado o termo de compromisso em abril de 2015, o termo de compromisso vem sendo aditado sempre que chega próximo da data de fim de vigência. Esse 7º aditivo foi publicado hoje no Diário Oficial
Assim o novo prazo para conclusão é 17 de março de 2019:
Construção
Em julho de 2018 o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) aprovou que a concessionária, a MRS Logística, investisse cerca de R$ 5 bilhões na construção do trecho norte do Ferroanel, como contrapartida pela renovação da concessão.
Não há previsão oficial para a renovação da concessão.
Bônus
Vídeo da DERSA detalhando o traçado. Nele é possível ver os locais que serão paralelos ao Rodoanel.
Quantos trilhos, (“faixas”), vão ter o ferroanel?
Esse traçado teria que ter pelo menos um terminal de cargas. É difícil de entender uma cidade como SÃO PAULO sem terminal de cargas ferroviário.
Esse mapinha feito no AutoCAD (ao que parece) tá ruim demais kkkkk
Os trens regionais com tecnologia pendular de passageiros (classe de até 250 km/h) com dois pisos (double decker) assim como já existem nos aviões e nos ônibus são os mais indicados para o Brasil inclusive para algumas linhas expressas urbanas de alta demanda.
Uma vez que são mais comuns no mundo, e de mais rápida implantação, suas características deveriam servir de diretriz e padrão para o futuro TAV, sendo que algumas premissas fundamentais básicas devem ser impostas como a tecnologia pendular, largura da carruagem em 3,15 m, tensões de alimentações flex 3 kVcc ou 25 kVca podendo algumas unidades serem Diesel, e bitola em 1,6 m, e poderão trafegar nas futuras linhas exclusivas segregadas do TAV, aí sim poderemos afirmar que se estará sendo feita a integração ferroviária para trens de passageiros na prática, e não só nos discursos.
A construção do Ferroanel de São Paulo – que vem se arrastando há anos, embora esta seja uma obra de grande importância para São Paulo e para o país – pode receber um grande impulso, se os governos federal e estadual, responsáveis por ela, chegarem a um acordo sobre uma proposta feita por este último. São Paulo se dispõe a elaborar o projeto executivo e a cuidar do licenciamento ambiental do Tramo Norte, entre Jundiaí e Itaquaquecetuba, ao custo estimado de R$ 15 milhões.
Deve ser ressaltada também a grande importância de uma ligação rodo ferroviária entre Parelheiros e Itanhaém para cargas e passageiros, o que poderá levar o presidente Bolsonaro e o governador Dória a acertarem em princípio a sua construção conjunta, deveria ser suficiente para fazer ambos dar novos passos nessa direção.
São patentes as dificuldades que a ausência do Ferroanel cria para o transporte de carga em direção ao Porto de Santos e de passageiros na região metropolitana de São Paulo geram o maior gargalo ferroviário do país. Hoje os trens de carga que se destinam àquele porto têm de utilizar linhas concomitantes com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que passam pela região central da capital. A concessionária que faz esse transporte só pode operar em períodos restritos, o que diminui sua eficiência e aumenta seu custo.
E a situação é agravada, porque, para aumentar sua capacidade de transporte de passageiros, a CPTM deseja diminuir o intervalo entre os seus trens. Suas razões para isso são técnicas, porque o sistema de transporte coletivo da Grande São Paulo, do qual ela é uma das responsáveis, ultrapassou o limite de sua capacidade e o número de passageiros continua aumentando. Se ela adotar aquele medida, haverá redução ainda maior da circulação dos trens de carga.
Só o Ferroanel, a começar pelo Tramo Norte, que tem de longe o maior potencial de transporte, poderá resolver o problema. Hoje, dos cerca de 2,5 milhões de contêineres que chegam anualmente ao Porto de Santos, apenas uma quantidade irrelevante 100 mil é despachada por trem, um meio de transporte mais rápido e econômico do que os caminhões. Com o Ferroanel, estima-se que o volume que por ele circulará chegue acima de um milhão de contêineres. Os benefícios para os setores mais diretamente ligados a essa atividade – produtores e transportadores – e para a economia do País como um todo serão enormes.
Ganhará também a capital e o litoral paulista, dos quais deixarão de circular cerca de 5 mil caminhões por dia, um alívio considerável para seu trânsito sempre congestionado.
Há razões fundamentadas para que a construção rodo ferroviária concomitantemente é mais racional e econômica, deve os responsáveis pelos governos federal e estadual a deixar de lado divergências políticas. Já passou da hora para que eles aproveitarem a ocasião para demonstrar que são capazes de colocar o interesse público acima de suas ambições políticas.