Ferrovias

Jean Carlos Pejo, secretário nacional de mobilidade urbana: a essencialidade da integração

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Não sei vocês, mas uma das partes mais interessantes dos eventos do setor metroferroviário são os discursos. Nele podemos ouvir opiniões dos especialistas e integrantes do setor metroferroviário alem de entender um pouco mais do contexto atual.

Houve ótimos discursos na abertura do Workshop do Aeromóvel promovido pelo Instituto de Engenharia mas gostaria de destacar o discurso do Secretário Nacional de Mobilidade Urbana, Jean Carlos Pejo, que começou falando de mobilidade urbana:

mobilidade urbana é qualidade de vida. A mobilidade impacta no dia-a-dia da nossa vida. Impacta no nosso humor. Impacta no próprio resultado do dia-a-dia. A responsabilidade de se prover sistemas de mobilidade urbana adequada é algo fundamental para todos nós (…) Essa qualidade começa com o pedestre.”

Fala também da essencialidade da integração entre os modos, trens, ônibus, metrô inclusive com os pedestres e os modo não motorizados, as bicicletas e fala da micromobilidade – e alerta que esse conceito precisa ser definido. E afirma que a preferência do transporte coletivo em relação ao transporte individual é fundamental:

não adianta faixa de bicicleta se não tiver integrada com as principais estações, seja de ferrovia ou ônibus em alguns pontos estratégicos de maior volume, terminais. Porque não ter condição de ter chuveiro? Infraestrutura que incentive as pessoas a saírem com a bicicleta. Essa base é o que vem norteando os trabalho da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana. É sempre o programa da integração

Cita 16.000 emendas parlamentares e estima 80 mil quilômetros dos programas de pavimentação. E explica que estão alterando os programas de pavimentação para prever também as calçadas e iluminação e fala que a política nacional de mobilidade diz que primeiro é a calçada, o pedestre.

Além disso critica a qualidade dos projetos dos grandes empreendimentos, projetos que são ruins, e que no programa Avançar Cidades foi incluída a possibilidade de contratação de estudos de engenharia e projetos executivos como uma forma de solucionar esse problema.

Ele cita também o projeto do VLT de Cuiabá, que estão estudando uma solução junto com todos envolvidos: “quando se junta todos os setores envolvidos, a vontade de acertar, nós temos certeza que vamos conseguir um bom resultado. É um momento de otimismo

E fala do programa de acessibilidade Cidade-Porto e explica que o entorno das cidades portuárias estão sofrendo com a eficiência logística, com regiões deterioradas, com qualidade piorada na cidade e que precisa mudar isso: “onde tiver expansão portuária, a cidade tem que ser recompensada por isso

Sobre os Aeroportos ele fala da falta de integração com a rede pública de transportes: “o aeroporto é uma região de negócios, onde não é só o ambiente do transporte aéreo

E afirma que vão estudar essa integração para todos os aeroportos: “tem que estar conectado a rede, ao transporte público. Se não tiver conectado a rede, não temos integração. Ou você vai ao aeroporto de carro ou algum serviço especial que não está integrado a rede. Nós vamos estudar essa questão

Fala também dos Trens Regionais e o PLS 261: “é um projeto de lei que facilita a construção de novas ferrovias. Estamos trabalhando bastante na linha da construção de novas ferrovias no sistema metropolitano. Seja com a liberação dos trechos com a antecipação das concessões das ferrovias. Nós temos uma matéria prima de mais de 15 mil km para serem trabalhados. É impossível que nesses 15 mil km não tenhamos regiões onde os trens regionais de passageiro sejam adotados

E anuncia que o sistema de mobilidade urbana será utilizado para inclusão social e de qualidade de vida: “nas estações importantes de ferrovias, nos terminais de ônibus, construir centros de lazer e esportes para que anime as pessoas a utilizar o sistema de mobilidade para melhorar sua qualidade de vida e nada melhor do que ter o transporte para leva-los a esse ponto, principalmente nas regiões mais distantes, nas regiões onde mais precisa trazer a inclusão social

E conclui “A secretaria (nacional de mobilidade urbana) existe para servir o povo, para servir as pessoas

Confira discurso completo:

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Fernando

É engenheiro por formação e entusiasta de obras de mobilidade urbana. Utiliza transporte individual na maioria das vezes mas acompanha e sabe da real e urgente necessidade de investimentos em infraestrutura e principalmente em transporte público aliadas com políticas públicas de redução da pendularidade do sistema de transportes

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